"O aluno da geração digital tem perfis múltiplos, com performance para fazer diversas coisas ao mesmo tempo - consegue falar ao msn, atualizar seu perfi no Orkut, twittar o que está fazendo, compartilhar fotos no Flickr, baixar arquivos, ouvir música, além de assistir televisão, entre outras coisas. Está acostumado com a linguagem hipermidiática, que abrange sons, imagens, textos, vídeos, tudo ao mesmo tempo e em forma de hipertexto, criando assim uma grande rede para transitar, explica a pedagoga com formação em Informática Educativa Patrícia Grasel Silveira. 'Essa geração está acostumada a um trânsito que explora diferentes caminhos e conexões ao mesmo tempo, onde a instantaneidade, interatividade, criatividade e autonomia são pontos a serem considerados positivamente, pois exigem mais do que lado cognitivo para fazer as relações com sentido.'
Aí é que está o cerne da questão: como pretender educar alunos tão multifacetados apenas com a voz, o quadro e o giz? Não que não devamos mais usar tais elementos, mas usar apenas eles, nos dias atuais??? Eles foram eficientes em nossa formação, décadas atrás, mas os tempos mudaram. O mundo mudou. A tecnologia mudou radicalmente. E as possibilidades oferecidas por ela também. As crianças e os jovens, então, nem se fala... Como pretender fechar os olhos a tantas mudanças? Como querer preparar os jovens para o mundo, para a sociedade ou o trabalho, dispensando as novas (algumas nem tanto) tecnologias, cujo uso e domínio será efetivamente cobrado deles já provavelmente desde os primeiros estágios? Não trata-se de ensiná-los a manusear, a mexer (creio que já ficou claro, nesta série de posts, que eles já dominam as novas tecnologias, por conta própria), mas a SABER usar tais teconologias. Neste caminho eles certamente precisam de ajuda. Nossa geração aprendeu a fazer isso na escola, trata-se, pois, de repassar adiante. Se hoje há outros meios, melhor!
Mais (e ainda nesse mesmo sentido):
"A informação vai passar a ser conhecimento no momento que o aluno for desafiado a construí-la, e não apenas consumí-la. 'Ao contrário do que muitos pensam, a internet não é apenas um repositório de ctrl+c e ctrl+v. Ela pode ser um espaço potencializador das aprendizagens, onde os sujeitos tem a possibilidade de criar, serem colaboradores de nova linguagem, onde todos podem ser construtores, autônomos e expandir sua rede e sua criatividade', alega Patrícia. 'Por meio do uso de espaços como blogs, Facebook e Twitter, percebe-se o estabelecimento de relações, das quais emergem ações que vão além da rede, trocas, compartilhamento de informações. Essas ações provocam novas leituras, formas de comunicação e interação, que consequentemente geram novos conteúdos'."
Isso vale para todo o processo de ensino: construir é sempre mais eficiente do que reproduzir, apenas repetir por repetir. E quanto espaço este novo mundo tecnológico se presta à criação...
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